Amor Demoníaco

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Feito por: Lady Barton

InuYasha e Agome, cansados da árdua jornada, buscando incansavelmente os fragmentos da jóia de quatro almas, cuja qual foi dividida em ínfimos pedacinhos, devido á uma rixa inicial, proporcionada pelo primeiro encontro bombástico entre o meio-youkai e a bela humana, resolveram dar uma trégua nas buscas….depois de muita insistência da parte da jovem adolescente, que não voltava á um mês para o tempo atual, e já sentia saudades dos costumes relativos á sociedade em que vivia.

InuYasha, não podia esconder que também se sentia cansado, pois ficar procurando pedaços minúsculos de uma jóia e enfrentar youkais misteriosos e fortíssimos todo dia, não era coisa que se pudesse suportar por muito tempo. Disso, eles tinham muito o que discutir e argumentar, pois a jóia ainda não se encontrava completa, embora seus esforços negassem a ineficiência.

Durante um mês seguido trabalharam como loucos nisso, e agora, necessitavam de um merecido descanso.

-InuYasha-san?

- Que foi, Agome? – respondeu, de mau jeito, já imaginando o que iria pedir.

- Por que você não deixa de ser birrento e vem comigo pro meu mundo?? – pediu.

- Aí vem você com essa história novamente….Já disse que NÃO! – disse, com convicção.-….E se um youkai louco da vida aparecer por aqui???….Não há desculpas, temos que permanecer por aqui mesmo…

- Deixa de ser chato!! – respondeu, furiosa.

- Por que você quer tanto que eu vá com você???? – perguntou, de um jeito desconfiado, fazendo a garota corar furiosamente e se virar para o meio-youkai, fazendo pirraça.

O meio-youkai ficou olhando com atenção, até que a garota tornou a se virar rapidamente para ele, exibindo um sorriso que ia de orelha á orelha.

De repente, uma idéia brilhante acendeu sua cabeça.

- Que tal se Shippou ficar nesse mundo…patrulhando os últimos acontecimentos, se algo acontecer, ele pula o poço, QUE TAL??? – disse triunfante, num tom orgulhoso de quem sabe das coisas.

InuYasha levantou uma sobrancelha, mal-humorado. Procurou argumentos que pudessem impedir isso…

- E se Shippou não quiser?????? – disse, num tom de estraga prazeres.

- É isso o que veremos…..-disse, com um sorriso malvado nos lábios.

Saiu correndo até a árvore próxima, onde Shippou estava catando maçãs numa sacola, Miroku dormia pesadamente á sombra da árvore.

Até que a pequena raposa deixa cair uma frua que paira direto sob a cabeça do jovem monge, que acorda enfurecido.

-QUE DROGA!! – berrou, massageando o cocuruto. -Será que um monge não pode mais dormir em paz, sua raposinha azucrinante???

Shippou mostrou a língua para o rapaz, com desdém. Deu uma risadinha cínica, fazendo-o ferver de raiva.
Quando viu Agome e InuYasha se aproximarem, tratou de descer da árvore. Pareciam muito exaltados, os dois, empolgados e intrigados com algo.

Imediatamente, agarraram a raposa com força, e desataram a discutir ferozmente.

-INUYASHA, ELE VAI ACEITAR!! – berrava ela.

-NÃO VAI NÃO, NÃO VAI!! – devolveu, puxando Shippou contra si.

-AH, VAI SIM!!

-CALA A BOCA ,AGOME!

Myouga foi chegando perto de fininho, não entendendo o porquê de tanta fúria e desordem.

InuYasha e Agome puxavam Shippou com violência, e não paravam de berrar e discutir, até que resolveu interferir na briga.

- Espere um instante, Senhorita Agome, InuYasha….-disse, gentilmente, fazendo-os cessar a brutalidade e deixar Shippou cair no chão pesadamente. – Se querem fazer um acordo, por que não fazem isso civilizadamente???

Os dois ficaram vermelhos, ainda mais Agome, que deveria ser “civilizada”, pois, vivia numa sociedade organizada onde todos faziam um consenso em relação á isso.

- O que foi?? – perguntou Shippou, tirando a terra do pêlo.

- Shippou, meu querido…-disse a garota, carinhosamente. – Quero te pedir um favor….muito fácil, SAI PRA LÁ, INUYASHA!! – berrou ela, vendo que o meio youkai se aproximava como uma cobrinha, pronto para dar o bote, e impedi-la de fazer o que queria. – Eu e InuYasha vamos para a época atual e….

Ao ouvir isso, Miroku se sentiu extremamente indignado e ofendido e ignorado totalmente, afinal, era muito mais cortês e gentil que o meio-youkai, e além do mais, era apaixonado pela Senhorita Agome, e achava, que isso lhe dava o total direito de viajar com sua amada até o mundo onde vivia, para que pudesse compreender me.

- E por que ele…e não eu????????? – perguntou, enraivecido.

Agome ficou olhando para o jovem monge…sem saber o que responder. Para ela, era extremamente difícil e complicado revelar seus verdadeiros sentimentos com relação á InuYasha naquele momento. Mas ao mesmo tempo, não queria ser deselegante e indelicada com Miroku, afinal, o rapaz sempre a tratava com doçura e sempre lhe dava muita atenção, além de ser muito bonito. Mas não escondia sua preferência por InuYasha, que á tempos já estava evidente.

Aos poucos, desde seu primeiro encontro, catastrófico, ficou mais próxima do meio-youkai, e notou uma grande nobreza de sentimentos nele, aprendeu a ser mais gentil e delicado com ela, e a compreender os sentimentos humanos os quais havia herdado de sua mãe. Primeiramente, tratou de esconde-los somente para si, mas a companhia da garota, o fez descobrir a pureza de sensações e querer passar o resto de tempo que lhe restava ao seu lado, nem que para isso, tivesse que virar um humano por inteiro. A lembrança embaçada de Kikyou já não o perturbava constantemente. Estava mais forte, pois havia encontrado alguém para proteger e desejou tornar-se cada vez mais poderoso, justamente para proteger seus amigos queridos….e Agome.

Não acreditava muito na possibilidade de que a garota estivesse igualmente apaixonada por ele, não considerava isso seriamente. Mas já tê-la consigo bastava, pois, tinha plena consciência do que era amar e não poder estar junto á esse alguém…assim foi com Kikyou, o que fizera sofrer dolorosamente. Jurou á si próprio que não voltaria a olhar amorosamente para outra humana traidora, como Kikyou.

Contudo, sua promessa foi quebrada indiscriminadamente, no momento que passou a habituar-se a Agome, e seus amigos, que o ajudavam na busca pela jóia de quatro almas, deixou de pensar racionalmente, concluiu. Perdeu a própria acordo do era o certo e o errado, e desconsiderou o que havia prometido á si próprio…para que evitasse o suplício e a amargura, como qual o que passara pelos 50 longos anos. Mas aconteceu de novo. Tudo aquilo que sentiu e esperou de Kikyou á cinco décadas antes…repetia-se presentemente.

******Fim dessa parte***********

Agome coçava a cabeça, indecisa. Os dois garotos esperavam a sua decisão definitiva, enquanto que Shippou aceitou o trato de vigiar os acontecimentos da época feudal.

“Eu adoro o InuYasha, disso não tenho dúvida….Mas Miroku é muito bonito e cavalheiro, todavia, não o amo….Ó dúvida cruel, tenho dois rapazes maravilhosos para escolher, mas não consigo escolher….”- pensava, como se estivesse analisando cada um deles. Os dois, olhavam para o outro como se fossem adversários reais.

- Já fiz minha decisão!!! – disse empolgada, sorrindo.

Os dois olharam para ela com uma expressão apressada e triunfante, acreditando na vitória. Ela fez uma cara perspicaz, e sorriu simpaticamente, fazendo-os enrubescer.

- Fale, Agome.. – disse InuYasha, meio preocupado.

- Pode dizer, Senhorita Agome…- disse no tom cavalheiro de sempre, Miroku.

A garota pensou um pouco, fazendo um suspense proposital…

- Vou levar OS DOIS!! – disse, dando pulinhos frenéticos.

Os dois se entreolharam num semblante de “O quê?, não pode ser!, você só pode estar brincando conosco!!”, e logo protestaram.

- Não mesmo!! – disse o meio-youkai, fechando a cara.

- Sinto muito, Senhorita…mas tem de escolher um de nós, não ambos! – tentou parecer convincente, mas Agome era mais teimosa que uma mula.

- Não tem desculpa…Os dois vão comigo, ficarão no templo e irão para a escola comigo!!! – disse, parecendo estar adorando dar ordens para um monge e um demônio.

- O QUÊ DISSE???????????? – perguntou o meio-youkai, incrédulo com a idéia patética da garota.

- Acho uma boa coisa….daí poderemos acompanhar as atividades de nossa sociedade moderna!! – disse o rapaz monge, que começava a gostar da sugestão.

- Nhá….Não acho uma boa-idéia.. – resmungou, aborrecido. – Se não gostar, eu NÃO FICO!

- Aaaaaaaaaah, por favor, InuYasha….- pediu ela, fazendo biquinho. – Faça isso por mim!! – pediu de um jeito que devia achar muito sedutor.

InuYasha corou de leve e aceitou sob muitos protestos.

- Muito bem, rapazes! – disse, retomando a pose autoritária. – Teremos que comprar umas roupinhas para vocês no caminho!! Conheço uma ótima loja de artigos masculinos próxima ao templo onde moro!! – disse, com uma carinha feliz e encantadora, derretendo qualquer um que discordasse com ela.
- Porque?? Nossas roupas são bastante apropriadas, não? – perguntou o meio-youkai, detestando a idéia de ter que se separar do sei quimono de pele de cobra.

- Nãããão, InuYasha-san!!! – cortou, parecendo uma espécie de professora de inglês, muito paciente. – Na época atual as pessoas normais não usam quimonos na rua….somente nos templos, nos festivais e comemorações da cultura! – explicou.

Agome apanhou a bicicleta e sua mochila e colocou nas costas. Tudo estava pronto.

- Deixa que eu carrego pra você.. – disse InuYasha, surpreendendo Agome com tanta gentileza e amabilidade.

-……Obrigada….- respondeu, desacreditada.

“InuYasha gentil e carinhoso….só pode ser maldição, ou sonho…Ou será espontâneo???” – pensou consigo própria.

Os dois olhavam para ela como crocodilas chocando ovos. A idéia de se vestirem como colegiais, não agradava á nenhum deles. Muito deplorável e humilhante, ter que usar vestes ínfimas como as de Agome, tão curtas e que mostravam todo o corpo…- argumentava InuYasha, fazendo a garota bufar de raiva. Miroku também protestou contra a decisão, porém, depois de muita insistência da parte de Agome, acabou cedendo ás vontades da jovem.

- Deixem de serem antiquados!! – censurou, furiosa. – Vocês vão para o MEU mundo, e terão de fazer o que EU mando! – disse, relativamente arrogante e luminosa.

InuYasha deu um resmungo reumático e abaixou a cabeça. Na linguagem silenciosa dele, isso deveria significar um “sim”.

Agome se sentou na bicicleta, esperando que alguém a conduzisse até o poço.

-EI, sua folgada!! – repreendeu o meio-youkai. – Pode ir tirando o seu traseiro daí!

Ela fez uma cara brava e ameaçadora.

- Que modos, InuYasha…..- comentou o jovem monge, cruzando os braços e fazendo um barulhinho de reprovação com a boca. – Já cansei de repetir……Seja mais gentil.. – disse, com um sorriso sedutor. – Senão não será um adversário á minha altura!! – disse, num tom sarcástico, cheio de si.

- Ora, seu ALMOFADINHA!!CALA ESSA SUA BOCA GRANDE, ANTES QUE EU TENHA QUE ARRANCÁ-LA PRA VOCÊ!! – ameaçou, pressionando os punhos com força.

Miroku, riu, vendo que InuYasha era completamente persuadido por provocações. Conseguiu o que queria, deixa-lo irritado.

Agome viu que ia dar confusão. Por mais que os dois fossem aliados, era impossível evitar balbúrdias e ataques histéricos entre eles. Apoiou o rosto nas mãos e ficou olhando para os dois, bem fixamente.

Iam se pegar bem ali. Resolverem as suas diferenças por meio de agressões não era o tipo de coisa que Agome queria ver, ainda mais, sendo esses brigões, os dois que levaria até a época atual. Pensou em como explicaria para sua família o motivo de dois temperamentos tão distintos e complicados, ainda mais quando se trata de InuYasha, explosivo.

Permanecia observando-os como uma mãe que espera os filhos brigões interromperem a rixa, e fazerem as pazes.

Eles estranharam a atenção e se soltaram, e pararam de berrar. Olharam para ela com curiosidade e estranheza:

- O que você tem, Agome??? – perguntou o meio-youkai.

- Nada. – respondeu, secamente. – ESTOU ESPERANDO QUE TOMEM DESCÊNCIA NA CARA E PAREM DE SE ATRACAR POR AÍ! – berrou, furiosa com a perda de tempo que sofria com coisas inferiores.

- Me desculpe, Senhorita Agome….- disse, gentilmente o jovem monge, no tom sedutor habitual. – Isso prova que a senhorita possui toda a nobreza e qualidades suficientes para ter um filh…..AI INUYASHA QUE DROGA!!!!!!

O rapaz ia completar sua frase, com um pedido já constante, e o meio-youkai, vendo que tipo de direta completamente repugnante e repetitiva faria, lhe deu um sopapo violento na cabeça, fazendo-o se calar, e parar com os pedidos infames.

- Você não se cansa….Por que não desiste dessa idéia fracassada, Miroku???? – perguntou InuYasha, vendo uma brecha para ironizar da situação, a qual Miroku achava muito importante, apesar de ninguém nunca leva-lo á sério.

- Por que ainda não é fracassada, eu ainda não falhei inteiramente….- disse, num tom perigoso, como se soubesse realmente o que se passava. – Enquanto a Senhorita Agome não se decidir entre nós dois, essa idéia não deixará de ser uma possibilidade..

-CALE A BOCA VOCÊS DOIS! – berrou a garota. – Por favor…damas primeiro….eu…

Quando olharam para baixo, o poço já estava pairando sob seus pés. Discutiram tanto pelo caminho que nem sequer notaram que se aproximavam do local. Se entreolharam, pasmos. E Agome desapareceu no poço, berrando.

-VAI INUYASHA, VOCÊ É O PRÓXIMO!

O meio-youkai mostrou a língua para o jovem e pulou maciamente, seguindo os mesmos passos de Agome.

Miroku se aproximou, meio temeroso…

- Que o Buda me proteja….- e se jogou.

Depois da queda dos três, Agome foi a primeira a despencar no poço do templo de seu avô. Ficou observando para ver se alguém podia ajuda-la a sair daquele lugar fétido.

-VOVÔÔÔÔ!!!-berrava. – SOOOUTAAA!!

Subitamente, o irmão menor da garota apareceu, e exibiu um grande sorriso ao vê-la. Ela, naturalmente, também ficou satisfeita de ver o irmão bem, já que tinha saudades, afinal, não o via á bastante tempo.

O garoto, foi chamar o avô, enquanto Agome esperava InuYasha e Miroku.

De repente, uma sombra meio familiar se aproximou, limpando a poeira das vestes. Era InuYasha.

- Ah, é muito bom ver você InuYasha!!! – disse, simpaticamente, fazendo o garoto corar ferozmente.

- O q-que foi, Agome!?!? – perguntou, não entendendo o motivo de tanta amabilidade. Ela sorriu debochada e pediu.

- Me leva até lá em cima!!???

Ele suspirou e pensou: “Só podia ser isso mesmo…”.

A garota se apoiou nas costas de InuYasha, e ele deu impulso fortíssimo para cima, trazendo os dois até o templo, onde Souta estava.

Ela deu m abraço nele, enquanto InuYasha fazia cara de emburrado, ignorando a todos. Os dois esqueceram-se completamente de Miroku.

- Vamos entrar, InuYasha!! – disse, sorrindo, puxando InuYasha pela mão. O meio-youkai corou dos pés á cabeça, e obedeceu piamente as ordens da garota, até que entrassem definitivamente na casa dela, para acertarem onde ficariam, o que fariam. Ela parecia muito animada e feliz por estar novamente em casa…e obviamente, isso também o deixava muito satisfeito.

Quando entraram na bela casa, InuYasha ficou impressionado com a organização e a recepção alegre de todos. A mãe de Agome ficou completamente feliz de vê-lo. Agome cumprimentou e beijou a todos na casa, e apresentou InuYasha como se já fosse um membro sangüíneo da família. O pobre meio-youkai era puxado e arrastado por todos os cantos da casa, e Agome fazia questão de mostrar tudo e todos á ele, que só procurava entender e admirar a garota, pois, era muito bom vê-la feliz e exibindo um sorriso fascinante.

- InuYasha, esse é o MEU quarto! – disse, orgulhosa de si. – Mas você vai dormir no quarto do Souta, e o Miroku vai dormir AQUI comigo!

Quando o meio-youkai ouviu isso, não pode deixar de se chocar. Sentiu o sangue ferver. Seria isso….ciúmes??!? Por que o imbecil do Miroku tinha que ficar no mesmo quarto que ela?? Isso não era justo, se considerassem que eles conviviam mais juntos que o folgado monge. E que por mais que ignorasse e escondesse seus sentimentos, gostava mais de Agome que ele, isso era inevitável, e um dia ficaria evidente á ela.

Ficou totalmente pasmo, e não conseguiu deixar de perguntar:

- Porque ele vai ficar com você??!

- Não se preocupe, InuYasha-san! – disse, tocando suavemente em sua mão. – Não vou deixar que ele fique no meu quarto….seria muito perigoso…além do mais, preferiria você á ele, sem dúvida! – disse, sorrindo.

As manchas rosadas no rosto do jovem se intensificaram, e ele ficou encarando Agome, sem saber o que dizer.

- Mas agora, vá tomar um banho! – disse, empurrando-o até o banheiro da casa. – Lave os cabelos, enquanto vou buscar o Miroku e umas roupas limpas pra você!

- T-Tudo bem….- respondeu, trancando-se no banheiro.

“Maldição, por que é que eu tenho que ficar tão limitado e impotente na frente dela!?!? Não é digno de um youkai sentir ciúmes de uma rélis humana!! Então por que vim aqui!? Seria melhor deixar que ela e Miroku viessem sozinhos, pelo menos não teria que sentir meu coração acelerar toda vez que me olha daquela forma…..anormal….NÃO! Eu não estou nada bem, acho melhor me acalmar e pensar racionalmente….”- pensou, sentindo-se encurralado e novamente sentindo um estranho calor lhe subir pelo pescoço.

Desabotoou o quimono e se despiu inteiramente, assegurando-se de que ninguém entraria no local para importuna-lo. Preferia ficar sozinho. Deixou a peça de roupa em cima da pia de mármore…

Quando olhou á sua volta, uma banheira, tudo correto. Mas o que seriam aqueles vidrinhos coloridos com líquidos engraçados?? Agome não lhe falara sobre aquilo! E onde estava a água!?!?!?!?

Imediatamente, pegou a toalha e a enrolou no corpo, desesperado. Saiu do banheiro atrás de Agome, para que pudesse explica-lo como se usavam aquelas geringonças modernas que nunca havia visto em toda sua vida. Onde já se viu?? A água se esconder no banheiro?? Um bando de vidros com líquidos estranhos e pedaços de pedras com aromas diferenciados e agradáveis?

“Será que Agome é uma bruxa????” – perguntou-se, não conseguindo imaginar outra coisa.

Os dois se toparam no corredor da casa. Agome ficou igual a um tomate ambulante. Olhou em pânico para InuYasha, dos pés á cabeça. Embora que andassem sempre juntos, nunca o havia visto só de toalha. E indiscutivelmente, o meio-youkai tinha um corpo formidável. Só não podia evitar enrubescer na sua frente, uma vez que, ele estivesse somente com um pano por cima do corpo magnífico, que insistia em deixa-la sem palavras.

- I-InuYasha-san…….

Ela começou a berrar freneticamente, e se sacudir como uma criança. Mas InuYasha, teimoso, calou seus lábios com a mão.

- Pára de berrar, Agome! – repreendeu.

Ela se viu envolta nos braços fortes e abrasadores do meio-youkai, olhando para baixo, tinha uma visão privilegiada de seu abdome definido….sentiu-se tonta, e as pernas cambalearam.

- Dá pra você me ensinar como eu faço a água aparecer, e usar aqueles potes??? – perguntou, ficando raivoso.

De repente, se lembrou que InuYasha não sabia usar os produtos e utensílios modernos. Que decepção. Conduziu-o novamente até o banheiro.

- É só girar isso aqui…..e a água corre….

Ele se contorceu todo, muito intrigado, aproximou-se do chuveiro, assustado….Ficou encafifado com aquilo. Como a água poderia ser acionada só girando uma manivelinha minúscula??….Só podia ser bruxaria mesmo…

-AAAAAH!! – berrou, sobressaltado. – Agome, você é uma bruxa!!! – acusou, apontando para o rosto da garota, que deu uma risada alta.

Deu um tapinha na cabeça dele, que permanecia espantado.

- Senta aí na banheira….- ordenou, pegando o xampu, e colocou uma quantidade generosa nas mãos. – MAS NÃO TIRA A TOALHA!

O meio-youkai, não entendendo muito bem o que queria dizer, obedeceu sua ordem. A água estava na temperatura correta, morna e relaxante. De fato, a garota sabia preparar um bom banho. Para um meio-youkai acostumado com qualquer tipo de coisa, a garota estava cedendo muitas mordomias e regalias á ele.

- Aaaah, que gostoso….- admirou-se.

Agome desatou a massagear gentilmente com o xampu os cabelos prateados de InuYasha, que ficava cada vez mais espantado com as súbitas habilidades deliciosas da garota. Até que o fluido esquisito tinha um cheiro bastante agradável. E Agome acariciava os cabelos longos dele magistralmente. Cada vez mais, tinha a célebre impressão de que gostava mais dele, por suas qualidades e seu jeito conquistador.

….um carinho tão delicioso teimava em deixa-lo com sono….

- Agome? – chamou, com os olhos fechados, acomodando-se com os movimentos deleitosos praticados pelas mãos habilidosas da jovem.

- Sim, InuYasha.. – respondeu, enquanto massageava-o com desenvoltura.

- Suas mãos……- disse, com a voz suave e afável aos ouvidos. – São tão macias….

Agome fora buscar Miroku, que estava com as vestes cobertas de poeira. Enfurecido, pois haviam esquecido o pobre monge no poço, não falou com nenhum parente na casa de Agome, e foi conduzido direto ao chuveiro, pois suas vestes e seu rosto estavam cinzentos de tanta poeira.

Ele resmungava pelos corredores, perguntando por onde ela e InuYasha haveriam de se meter numa hora de tanta insegurança para ele.

Ela tentava conter a fúria do rapaz, mas não deixou de se espantar novamente ao ver InuYasha sair do banheiro enrolado na toalha branca.

- I-InuYasha, vá para o m-meu quarto! – ordenou, com a voz trêmula. Os olhos teimavam em se fixar no meio-youkai, insistentemente, por mais que estivesse tentando esconder seus sentimentos e a explosão de sensações que a invadiam….vê-lo assim, quase despido por inteiro, era o ápice para que entregasse tudo de bandeja, ali mesmo. Mas precisava se conter, segurar a vontade colossal e anormal que invadia seu corpo agora…

O meio-youkai olhou com repugnância para o monge, e deu uma risadinha maldosa.

- Que sujeira, hein! – disse com um sorrisinho afetado, dando vários tapinhas no quimono dele, fazendo espalhar poeira por todo o chão.

- I-InuYasha, vá para o meu quarto! – ordenou a garota, com mais firmeza do que antes. – Tenho uma roupa pra você usar!

- Ótimo…..- e saiu andando pelos corredores, á vontade, com um sorriso maroto na face, deixando Agome completamente vermelha. Ela sentiu o calor subindo pelo pescoço, e queimando em seu rosto. Já sentia o sangue palpitar nas veias. Todo e qualquer movimento, incitava-a a fazer o que queria….mas ao mesmo tempo tinha receio de uma possível reação negativa á parte de InuYasha. Miroku, por um instante conseguiu ouvir a respiração profunda e cortante da garota.

- Senhorita Agome, o que…..- ia começar a perguntar, quando a garota saiu atrás de InuYasha.

Foi atrás do meio-youkai, que vagava pela casa, entrando em todos os cômodos, numa esperança frenética de encontrar o quarto da garota por aí.

- Aqui é o quarto da Agome? – perguntava, e vendo a resposta negativa, fechava a porta e abria a próxima com violência.

Ela correu até ele, e relutante, puxou-o pelo braço. Teve de se segurar para não parecer novamente inteiramente vermelha, mas era impossível.

- É por aqui, InuYasha-san…- disse, com a voz enérgica e imperativa, que costumava ser obedecida.

Ele não pigarreou, entrou dentro do cômodo, e o par de olhos amarelados impressionantes percorreram todo o lugar. Sentou – se na cama, e fez uma cara de quem esperava algo ser dito.

Agome abriu o armário e suspirou longamente, tentando esconder a tensão proeminente que a invadia nesse momento. Os olhos dela estampavam fagulhas de ansiedade e tensão e suas faces estavam coradas pela emoção.

Ela estendeu a roupa masculina na cama, para que InuYasha pudesse observa-la. Quando ela se aproximou do meio-youkai, vermelha dos pés á cabeça, ele pode sentir todo o calor que se desprendia do corpo abrasador e aquecido.

A roupa era muito bonita, mas não deixava de ser muito distinta das que InuYasha usava constantemente. Um tênis esportivo masculino branco, uma calça jeans e uma camiseta vermelha com inscrições em inglês. Era uma veste tipicamente adolescente, que apenas rapazes da idade de Agome usavam para sair.

Ele olhou, estranhando um pouco, afinal, aquilo era novidade para ele. Agome saiu do quarto sorrateiramente.

- Vista, InuYasha! – disse, exibindo um sorriso de satisfação. Já imaginava que o rapaz ficaria muito bonito nas roupas.

- Tenho que vestir isso mesmo?? – perguntou com petulância, com uma cara bem repulsiva, fazendo a garota se roer de raiva.

- VISTA!! – ordenou, definitiva e autoritariamente. Bateu a porta com força.

Ele se despiu completamente, e colocou as roupas (isso inclui cueca, valeu?).

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